sexta-feira, 29 de março de 2013

Adoraria

estar em casa aninhada no meu Caetano, que hoje faz anos por sinal, a ouvir a chuva e a guardar reservas de carinho para a semana que vou estar sem o ver. Adoraria estar a fazer-lhe um bolo para lhe cantar os parabéns, adoraria estar a ver séries e a beber café com leite e a comer uma torrada. Adoraria não ter de levar com a chuva e o vento, com este dia cinzento no caminho e adoraria não sentir esta dor nas costas. Adoraria que, sendo feriado, eu não estivesse a trabalhar.

terça-feira, 26 de março de 2013

Eu devia ter gostado a vida toda como gosto agora, mas bem sei que sem os tombos que dei, não me caberia no coração tudo o que agora cabe. Engraçado que o gajo devia ter encolhido mas não, ele creceu, ganhou anexos e um sotão onde guardo as memórias empoeiradas do que já foi. Sou mais capaz de amar agora, sou mais capaz de compreender, sou mais capaz de ouvir e sou mais interessada em saber, em aprender. Devia ter gostado assim a vida toda, como quem sabe que não vai perder o ar nunca, não se vai finar por amor, não vai senão continuar mesmo depois de perdas inacreditáveis. Devia ter gostado sempre assim, com a certeza que se sobrevive a mais do que nos julgamos capazes, que as forças nos chegam onde nunca as precisamos levar antes, que a seguir virá sempre, sempre, algo muito melhor. Eu devia ter-me apaixonado sempre como desta última vez, com a maturidade de não fugir esprando que me agarrem, com o colo sempre pronto a acolher, com o sorriso sempre aberto. Eu devia ter tentado sempre o que tento agora, devia ter confiado sempre tanto como hoje, devia ter tido sempre a certeza que quem vive em guerra não se ama, quem mede forças quer ganhar, não quer crescer junto, que quem se magoa não se quer bem. Devia ter sabido sempre que uma relação não dói sempre, não é feita de desculpas ou de ausências, não é feita de telhados de vidro e de ideias que não se concretizam. Devia ter tido sempre consciência que o amor não acontece entre duas pessoas que não se entregam, que não confiam. Eu devia ter sabido sempre o que é perdoável e o que não merece sequer consideração. Eu devia ter tido a vida toda a vontade de dar certo que tenho hoje, o mesmo empenho, a mesma vontade de ser feliz. Eu devia ter aprendido mais cedo que o que importa é o caminho, não o destino. Mas se eu soubesse isso a vida toda, não seria tão especial tudo o que sinto agora.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Por uma qualquer ironia da vida, sendo eu uma excelente (sim, excelente) cozinheira, a verdade é que o frango assado me aterroriza. Geralmente quando o faço para mim fica maravilhoso, lá ando eu a bradar aos céus que o meu frango é que é e que mais suculento do que aquilo não há. Afirmo convicta que o peito não fica nada seco e, quem me ouve, lá começa a salivar. Sucede que quando cozinho para mais alguém e decido assar a ave, a coisa não corre bem. Acho que me sinto pressionada e às tantas acho que um dia dentro do forno é pouco e tenho de ter cuidado com as salmonelas. Lá fica o bicho seco como palha e as pessoas lá me passam o atestado de demente com devaneios de chef de cuisine. Ora, decidi fazer frango assado para o jantar e o meu Caetano deve ter as expectativas altas já que, recentemente, me gabei até não poder mais de um frango que fiz e ontem ele me viu a massajá-lo com a marinada como uma mãe massaja a cria. Não tenho provas dos meus sucessos anteriores, é verdade, e as minhas papilas gustativas recusam-me a prestar depoimento maneiras que, ou me calha bem o bicho de hoje, ou lá se vai a minha credibilidade. Eu não sei se vos acontece o mesmo mas eu olho para ele e nunca sei o que vai lá dentro. Se já está para lá de seco ou se ainda posso vir a apanhar uma caganeira amarelo ovo porque ainda está cru. Bem sei que existem termómetros e merdas sofisticadas, mas eu sou uma gaja tradicional. Eu cozinho à Kamikaze.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Não fosse o facto de eu estar cansada e com quase 100 anos no lombo,

não fosse também o facto de considerar limpezas depois das 22h00 uma coisa pior do que a puta da chuva que cai lá fora, hoje iria para a cama fazendo-me acompanhar da marinada do frango que pretendo assar amanhã para besuntar no meu Caetano. Está uma gaja a esfregá-la no frango, tentando metê-la debaixo da pele do animal para aquilo impregnar bem quando o homem se queixa "A mim não me fazes tu isso!" Pronto, Caetano, está aqui o meu pedido de desculpas público por nunca me ter ocorrido usar uma mistura de colorau, louro, alho, azeite, vinho, sal, pimenta e sei lá mais o quê para te massajar o corpinho. Prometo que não me esqueço de um dia, na loucura do romantismo, te enfiar um limão no cu. Homens!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quando comecei a trabalhar aqui, trabalhei dez meses seguidos porque não sentia necessidade de férias. Não sei bem se eu estou menos resistente, se é do trabalho que duplicou ou das responsabilidades que me pesam mais, não sei se é de gerir os egos da equipa, se da necessidade de dormir mais mas ter de me levantar à mesma hora, não faço ideia do que seja, só sei que mal posso esperar pela primeira semana de Abril para ir para o Porto ser muito feliz. O meu rendimento já se ressente e se há coisa que me irrita é não estar a dar o meu melhor sempre. Enfim, ser humana tem destas coisas. Hoje estou cansada, não sei se se notaram, e ainda nem 10h00 são!

terça-feira, 19 de março de 2013

Estimados frio e chuva,

sempre achei muito triste a falta de noção do ridículo. Sempre tive alguma pena daqueles que não percebem quando são indesejados, quando ninguém os quer por perto, quando já ninguém lhes consegue achar graça mas que, mesmo assim, insistem em aparecer e estragar o prazer dos outros. Ontem estive com o sol e, perdoem-me, mas o gajo é um bacano. Sem receio de vos esfrangalhar os sentimentos fofinhos, digo-vos que o prefiro a ele. Não me importo, que também não sou um cubo de gelo, que vocês apareçam só de noite, quando eu estiver a dormir, ou nas hortas e campos por este país a fora. Há por lá imensos agricultores que ficavam felizes por vos receber, e são meninos para gostar de vocês à séria. Vocês podiam muito bem fazer o favor de serem felizes assim, viver uma existência mais recatada, e deixar a Primavera em paz. Deixá-la sossegadinha para dar o ar da sua graça, seus grandes rufias. No que me diz respeito, acho que nunca vos fiz mal nenhum e por isso é que fico aborrecida quando tu, frio, me provocas dores nos mamilhos como se eles fossem apertados com a força da mandíbula de um jacaré e quando tu, chuva, não dás sossego ao meu cabelo e o incitas a ser rebelde. A ver se nos entendemos que eu não quero que restem dúvidas, ide para o caralhinho e em meados de Outubro a malta acerta contas.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Valeu a pena esfrangalhar um pé,

quase levar na boca de uma família de ciganos e estar cheia de dores para sobreviver e ver o meu Caetano a tomar conta de mim como se toma conta de quem se gosta muito. Eu sou um acidente à espera de acontecer. A verdade é que sou dada a desastres e coisas estranhas que não vejo sucederem a mais ninguém. Também é verdade que o cansaço me tira o norte e me confere, descobri ontem, uma certa atracção pelo abismo, uma certa tendência suícida, se preferirem. Ontem fodi um pé numa valeta, vi estrelas no chão quando ainda era de dia e nem no céu seriam de esperar, e vi uma família de ciganos que, com o tamanho das dores, ainda pensei que fosse alucinação. Alucinação porquê? Porque uma puta achou oportuno desatar a rir alto e em bom som do meu tropeço. Ora, eu acho que qualquer pessoa se inibe de rir numa situação destas mas até compreendo se não conseguir evitar. O que não compreendo é que, quando lhe pergunto se gostava que se rissem se fosse ela a foder o pé, ela me responda com outra gargalhada. No entanto, também não é compreensível que eu lhe responda com "Foda-se, realmente ninguém é pobre senão de juízo. És estúpida como a merda." Ora, antes que me venham cá dizer que eu sou preconceituosa, adianto já que ela me respondeu com "Aiiiie, que tu tens desejos de morteeeee". E mais vos digo, pensem lá se depois disso também não receariam levar uma chumbada de caçadeira nas nalgas. Eu não, eu respondi "O que é que pretendes fazer em relação a isso?" e ganhei o estatuto de maluca às portas de morte e fui deixada em paz. Mas o que eu queria mesmo dizer é que o meu Caetano me ralhou hoje de manhã por eu me estar a arrastar para vir trabalhar, que ontem foi a minha casa buscar roupa para eu poder ficar na dele que é mais perto do meu trabalho, que foi à farmácia por mim, que me preparou o que comer e ainda o fez de boa vontade. Não bastasse o fumeiro, o meu homem também faz de enfermeiro.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Qual é a coisa que eu não gosto de sentir na casa de banho?

Se disseram prisão de ventre, quase que acertaram. Se pensaram em salpicos de água da sanita no pupu também pode ser. Se pensaram em frio, parabéns, sois os felizes proprietários de uma adivinhação  acima da média. Bom, para evitar a sibéria que por vezes se apropria da minha casa de banho na hora da minha higiene diária, já pensei em lavar-me só com toalhitas, em usar os dedos mindinhos mergulhados, mas pouco, em água morna para limpar apenas os cantos dos olhos,  já pensei até em nunca mais, enquanto não estiverem pelo menos 25ºC, me meter debaixo de um chuveiro.  O problema é que não sou a feliz proprietária de um bidé. A minha casa tem, por exemplo, duas portas exteriores, tem um armário que daria para a roupa de dez malucas por compras e uma cozinha com bancada suficiente para fazer uma linha de produção de croissants, mas não tem bidé. E eu, que de início pensei que nunca o usava, só depois de o perder é que lhe dou o devido valor. Nem com os meus ex a sensação de perda foi tamanha. Bom, estava eu a dizer que já considerei as hipóteses possíveis para evitar a hora do banho mas não encontrei nenhuma alternativa a não ser a falta de asseio e desisti. Ultimamente, no entanto, tenho-me feito acompanhar de um termoventilador nesta horinha de aflição e pele de galinha. O problema é que acho que não tenho sido eficaz a separar a humidade da electricidade e tenho ideia de ouvir dizer que isso faz coisas aborrecidas como choques eléctricos e electrocussões. Uma maçada. É que o melhor spot para o aparelho é em cima do lavatório. O problema é que o gajo trepida e às tantas é vê-lo estatelar-se no chão enquanto faz pequenos feixes de luz vermelhos. Ora, está bom de ver que tive de pôr um travão àquele instinto de avaria, maneiras que ponho uma toalha ali por baixo e o assunto está resolvido. Diz no aparelho para não tapar, mas se não diz para não colocar toalhas por baixo, eu posso, não posso?

terça-feira, 12 de março de 2013

Há homens que depois de uma ausência trazem flores, há os que trazem chocolates, há os que trazem peluches (esses deviam ter sido afogados na pia)

O meu tráz-me fumeiro. 


Que eu trato de enfardar antes que se estraguem. Congelar, hã? No comprendo



E eu não quero ser má língua mas o homem acomodou no seu modesto estômago de rino 3/4 da tortilha. Estava tímido na altura de raptar o último pedaço para o prato por isso eu olhei para o lado, fingi estar interessada no conteúdo da fruteira e a coisa deu-se sem que se falasse mais no assunto.

Olhem, vocês sabem lá o desgosto que me vai aqui no coração

Eu achava, como toda a alminha acometida dessa grande patologia que é a paixão, que eu e o meu Caetano éramos como a praia e o mar, o frio e as mantas, a chuva e as folgas, o sol e as roupas frescas, os enchidos e o pão rústico, os saldos e a blogosfera, a Lili Caneças e as plásticas, as florzinhas e as abelhinhas, perfeitos um para o outro, portanto. Achava que gostávamos das mesmas coisas (mesmo quando me apercebi que não conheço metade das bandas que o homem jura a pés juntos que são o melhor som de sempre e mais além), que éramos compatíveis em tuditudo (mesmo quando o homem quis comprar um par de botas e correu as lojas todas da baixa arrastando-me com ele nessa tortura) e que jamais daríamos pelo facto de sermos duas pessoas diferentes, tal é a força centrípeta que amarfanha as nossas almas uma contra a outra. Pensava que nós, estas pessoas perfeitas uma para a outra, jamais descobriríamos diferenças entre os nossos próprios eus. Vivo nesse lindo sonho há meses e estava-me a custar acordar, mas ontem fui ao hipermercado com ele e o despertar foi tão violento que nem tive tempo de limpar o fio de baba que me escorria pelo queixo. Pois que me encontro aqui de coração despedaçado porque o meu Caetano não só não concordou com o meu método de fazer compras (biaaaatch), como ainda tem a ousadia de me mandar fazer as minhas primeiro e depois as dele para não dar confusão. Não saberá este homem esculpido por anjinhos papudos que sofro do coração e que desta maneira ele se me parte e é um aborrecimento limpar os cacos? Não saberá este namorado fofinho que eu já faço compras desde antes de ele saber acender um fogão e que o meu método será sempre melhor que o dele que é baseado em sistemas de compras online? Não saberá ele que a compatibilidade de um casal no corredor dos detergentes é o barómetro da relação? Não terá este homem amor à vida? Alguém lhe pode explicar que isto reduz drásticamente o apetite sexual de uma mulher e que nao há libifeme que nos salve das garras da frigidez?

sábado, 9 de março de 2013

O que é que as pessoas que são metade de um casal e têm um blogue fazem?

Fazem posts com conversas que têm com os seus amores, pois. Conversas absolutamente espectaculares, que mostram de forma inolvidável o calibre intelectual dos intervenientes e nunca, que toda a gente sabe que na blogosfera não se mente, nunca são inventadas. Ora, a verdade é que eu ando assim a meio gás. Não sei bem se isto se prende com o facto da minha vida ser muito mais trabalho do que coisas féshion, mas a verdade é que não me tem ocorrido grande coisa para escrever e, vezes há, em que cá venho e fico a meio que teclar cansa-me imenso. Sabe deus! Por isso, o que eu vou fazer é publicar uma conversa com o meu Caetano, esse homem do catano. Já sabem que hoje era dia de limpezas, pois?

"Já jantaste?"
Não. Nem vou jantar. Não quero sujar nada.
"Oh, és tão tonta (inserir nome carinhoso que os meus limites, e o facto de ter amigos que me lêem e possuem um sentido de humor fodido, não permitem revelar)"
Quero a casa limpinha para te receber amanhã.
"Nunca vi a tua casa suja."
Pronto, então não faço mais nada. Nem vou apanhar aquela tosta que acabei de esmigalhar no chão da cozinha.

Não se sentem muito mais cultos? Não? Então eu vou apresentar outra versão, fosse eu uma bloguer a sério e tinha sido assim:

"Já jantaste?"
Sim.
"O quê?"
Sushi.

Tenho um grave problema ao fim de semana

e chama-se falta de empregada doméstica. Não é que conseguisse conviver com o facto de ter uma, seria muito complicado saber que tinha alguém que não eu a limpar o que eu sujo e a mexer-me nas gavetas e armários. Mente de pobre, bem sei. Ainda assim, é esse o meu problema e já está bom de ver que não tem solução. Se por um lado daria com a senhora que me limpasse a casa em doida, por outro tenho a mania do asseio. O fim de semana é constituído por dois dias de descanso, quando calha bem. São dois dias em que aproveito para namorar, anhar, visitar a família de vez em quando, pôr conversas em dia, cozinhar, limpar e arrumar, qual fada do lar. E aqui é que reside o busílis do meu fim de semana. Se é para arrumar, que seja ao sábado, já que domingo é deprimente que chegue por si só. O problema é que ao sábado, principalmente quando está sol como hoje, só me apetece estar longe de vassouras e panos do pó. Problema maior ainda é o facto de nunca me ter habituado a conviver com a badalhoquice, isso reduzia a minha angustia para uma frequência mensal, por exemplo. Maneiras que ando para começar a pôr ordem nesta casa desde as 10h00 da manhã e até agora só sujei mais loiça a tomar o pequeno almoço, mais uma toalha a tomar banho e deixei mais umas roupas para lavar. Agora estou a pensar ir à rua, arejar um bocadinho. Estou preocupada com a minha saúde, acho que não apanho sol suficiente e começo a sentir os ossos frágeis e a pele baça. A saúde antes dos afazeres domésticos, sempre! Até porque preciso de saúde para limpar. Temo que na minha lápide fique inscrito: "Arisca, minha grande porca, agora já não sujas mais nada."

sexta-feira, 8 de março de 2013

Aviso à navegação

Se achavam este blogue meloso, preparem-se! O Caetano volta no Domingo e eu estou cheia de amor para dar.

Acho sempre muita graça àquelas pessoas que, tendo ido ao Porto uma vez na vida durante um fim de semana, se acham conhecedores de nós, as pessoas de lá.

E depois fica-me a tremelicar o olho quando me obrigam a participar de conversas assim:

"Tenho novos vizinhos do Porto, Arisca."
Ai é? Já falaste com eles?
"Não."
Então como é que sabes que são do Porto?
"Porque falam muito alto e ralham aos berros com a filha. Vê-se logo que são do Porto. Têm aquele sotaque do bolhão."
Hum... Já foste ao Bolhão?
"Não. Mas é como às vezes se vê nas notícias, aquelas vendedoras."
Então prepara-te.
"Porquê?"
Não tarda vão começar a cuspir pela janela e a bater na miúda. Isso e lavar o carro à porta com as colunas a bombar.
"Que horror! Vocês são barulhentos."
É verdade, somos uns broeiros. Todos, sem excepção. Aprendeste isso tudo na Ucrânia?
... Silêncio ....



quarta-feira, 6 de março de 2013

Como curar arrufos em menos de nada

O gajo fazer-vos sentir um orgulho imenso dele. Foda-se, que golpe tão baixo Caetano! Se me chegassem com uma agulha ao pêlo, rebentavam-me o papo que trago aqui cheiinho. E é bom, é muito bom ver uma ideia nascer. A pardalona figurada que a pariu há-de estar toda escangalhada já que a "cria" é grande. Que se foda a dor de cabeça que me deste, a baba e o ranho que chorei e o estúpido que consegues ser quando plutão entra na casa X do teu mapa astral, isto é que é importante. Parabéns, texuguinhozinho-inho-nhónhó-pim-pam-pum-coisa-mai-fofa!

O primeiro enorme arrufo

Bom, esta semana tive o meu primeiro verdadeiro arrufo com o Caetano e foi do tamanho do Kilimanjaro. E às tantas eu já nunca mais o queria ver, e ele já nem conseguia perceber que caralho tinha visto em mim além de uma leve semelhança com um diabo da tasmânia. Eu já jurava, entre um lenço de papel carregadinho de ranho e outro, que era o fim e que era desta que fazia um curso de crochêt e me dedicava a fazer naperons e sapatinhos pequeninos para os bebés dos outros. Juro que me morreram umas boas dúzias de óvulos só com o desgosto e eu até já estava conformada com o facto de pessoas com um feitio maravilhoso como o meu não encontrarem par à altura. Foram dias angustiantes, entre uma praga e outra, mal me sobrava tempo para respirar. Fossem as pragas certeiras e o meu Caetano por esta altura estava pior que o chapéu de um trolha. É assim, meus amigos, uma 'ssoa apaixona-se e depois é muito aborrecidinho não ser tudo como nós queremos. Nao sou capaz de compreender quantos quilos de má vontade é que o meu Caetano alberga dentro da sua própria pessoa para ser capaz de não me fazer as vontadinhas todas. Mas a culpa não foi minha, hein? Os meus amigos é que, coitados, qualquer dia já nem me levam a sério tal é o meu potencial dramático e caralheiro nestes momentos de aflição. Mas não se preocupem, já fizemos as pazes, que o gajo até me proporciona um clima tropical por dentro.

domingo, 3 de março de 2013

Ando com a sensação que só cá venho dizer que a vida me corre bem

e até é verdade. Mas mesmo quando a vida nos corre bem, há semanas que mais valia nunca terem acontecido. Trabalhei como uma condenada a semana toda, cheguei a lamentar mesmo muito o facto de não ser de ferro e de ter necessidades humanas como comer e dormir. Ando quase sempre cansada, levanto-me com as galinhas e deito-me às tantas para nunca faltar atenção a quem me importa. Prescindo de horas de descanso e de lazer, para as dedicar a quem gosto, e faço-o com gosto. Dei aulas ontem o dia todo, noutra cidade. Apanhei um comboio que chegou com mais de 1h00 de atraso. Rapei um frio desgraçado. Cheguei a Lisboa a passar muito das 23h00. Apanhei um taxista que, basicamente, quase me raptou quando lhe pedi os dados para fazer uma reclamação, às tantas não fazia ideia de onde estava nem para onde me dirigir. Saí do taxi no meio da rua. Dava outro post. O Caetano está longe e eu cá faço o meu melhor para gerir a ausência. O meu melhor, muitas vezes, não chega. Não vou a casa e não vejo os meus amigos há mais de dois meses. Tenho a aproximar-se mais um curso, mais aulas, além do trabalho normal. Tenho uma tese completamente parada. Cheguei a casa e tinha a porta do prédio completamente grafitada. A sério que acho que até faço um excelente trabalho em não me queixar, em não chafurdar no que corre mal, em agradecer tudo o que me tem acontecido de bom. Por isso queria mandar para o caralho, do fundinho do coração, quem não me acompanha nessa vontade. Quem, tendo oportunidade de fazer bem, faz mal. Ao taxista, estimo que leve com um camião TIR pela frente que lhe esmigalhe os miolos. Aos responsáveis pelos atrasos na CP desejo que nunca mais sejam capazes de chegar a lado nenhum a horas e que lhes nasça uma verruga na testa. Aos dois alunos que me moeram o juízo ontem o dia todo, e eu a pensar que ia dar aulas a adultos, desejo que caguem as entranhas. Aos bêbedos que me pintaram a porta do prédio, estimo que sejam sodomizados por um falo gigante. Fodam-se todos.
Web Analytics